. Relações económicas com o Resto do Mundo
Composição da Balança de Pagamentos

Composição da Balança de Pagamentos

Composição da Balança de Pagamentos

Balança de Pagamentos

Composição da Balança de Pagamentos
Composição da Balança de Pagamentos

É o mapa onde se registam todas as transações económicas operadas entre um país e o Resto do Mundo. Este registo é feito sob a forma de um sistema de contas, em equilíbrio permanente, de modo a permitir que a Balança de Pagamentos esteja sempre com saldo igual a zero.
A Balança de Pagamentos decompõe-se em 3:
Balança Corrente
Balança de Capital
Balança Financeira
Inclui ainda uma rubrica chamada erros e omissões para registar as divergências nos fluxos resultantes da diferença de conceitos e de fontes de informação.
No caso português todas as transações ocorridas entre Portugal e o Resto do Mundo são registadas na Balança de Pagamentos.
Balança Corrente
A Balança Corrente compreende todas as transações correntes efetuadas entre agentes residentes e não residentes no âmbito do comércio internacional. Esta balança engloba os fluxos que se estabelecem entre diferentes países relativos a pagamentos e recebimentos de de transações com mercadorias, serviços, rendimentos e transferências correntes, decompondo-se, assim em quatro balanças.
Balança de Mercadorias
Balança de Serviços
Balança de Rendimentos
Balança de Transferências Correntes

Balança de Mercadorias ou comercial
(Importações versus Exportações)
A Balança Comercial engloba as transações de mercadorias entre os agentes de um país e o Resto do Mundo. Nesta balança são registadas as importações, as entradas de mercadorias que correspondem a uma saída de moeda, e as exportações, as saídas de bens que dão origem a uma entrada de moeda.
Tipos de saldo da Balança: Superavitária, Nula e Deficitária.

No caso português, o saldo da Balança Comercial revela-se negativo e tem um forte impacto no saldo da Balança Corrente, constituindo assim o principal motivo do défice desta balança.
Alguns indicadores associados à Balança de Mercadorias ou comercial

Taxa de cobertura
A taxa de cobertura diz respeito à percentagem de importações que são pagas pelas exportações. A taxa de cobertura permite calcular o peso das exportações sobre as importações. Esta percentagem quando é inferior a 100 significa que o valor das exportações não é suficiente para cobrir as importações, quando o valor é igual a 100 significa que o valor das exportações coincide com o valor das importações. Quando o valor é superior a 100, significa que o valor das exportações é superior ao valor das importações.
Taxa de cobertura = (Exportações/ Importações) X 100
Tipos de saldo da Balança:
Superavitária, Taxa de cobertura> 100
Nula taxa de cobertura = 100
Deficitária Taxa de cobertura <100.

Estrutura da Balança Comercial
A estrutura da Balança Comercial é um importante indicador do nível de desenvolvimento de um país. O tipo de bens que cada economia exporta e importa do Resto do Mundo revela a natureza das suas relações comerciais que esse país estabelece com o exterior. O nível de tecnologia incorporada nos produtos exportados e importados está diretamente relacionado com o valor acrescentado que o pais consegue criar, na medida em que os bens que sofrem menos transformações geram um valor acrescentado menor relativamente aqueles que requerem muita tecnologia. Desta forma, um país que exporte bens com elevado nível tecnológico consegue obter um rendimento superior ao de outro país que envolva menos tecnologia.
Desigualdade dos termos de troca.
Países com produções mais tecnológicas têm mais valor acrescentado.
Países com produções com menos tecnologia incorporada têm menor valor acrescentado.



Grau de abertura ao exterior
O grau de abertura ao exterior é um indicador que nos dá o peso do comércio externo numa determinada economia.
Calculamos este indicador determinando a percentagem do valor das exportações e das importações no total do PIBpm.
Grau de abertura ao exterior = (Exportações + Importações) / PIBpm X 100
Um país com uma grande abertura ao exterior tem valores de importações e de exportações com maior peso face ao valor do seu PIB.
Taxa de câmbio – divisas
Sabemos que, quando pretendemos efetuar um pagamento num país fora da área do Euro, necessitamos de trocar euros pela moeda do país em causa. O processo de troca de uma moeda por outra denomina-se câmbio. Quando falamos no comércio internacional,
Uma desvalorização monetária torna as nossas exportações mais baratas face ao exterior e desta forma são mais competitivas, tendem a aumentar. Por outro lado, a importações tornam-se mais caras e tendem a diminuir. Existe assim um maior equilíbrio na balança comercial. A economia portuguesa não pode recorrer a este processo uma vez que está na zona Euro e ao Banco Central Europeu não permite que Portugal unilateralmente oscile o câmbio da sua moeda.
Portugal antes de aderir à moeda única em alguns casos optava pela política de desvalorização da sua moeda para tornar as suas exportações mais atrativas.
As variações cambiais influenciam as trocas comerciais porque têm repercussões nos preços dos bens transacionados
Uma valorização monetária tem impacto negativo na Balança Comercial porque as exportações diminuem e as importações aumentam.
Taxa de câmbio é o valor pelo qual se troca uma moeda de um país por uma outra estrangeira.
Balança de Serviços
A Balança de serviços engloba as transações associadas à prestação de serviços entre residentes e não residentes. Esta balança engloba os serviços, como as viagens e turismo, os transportes, seguros, direitos de utilização como os direitos de autor, serviços de intermediação financeira, comunicações, informática, etc.
A Balança de serviços portuguesa tem apresentado saldos positivos, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo que muito tem contribuído para atenuar os saldos deficitários que a Balança Comercial provoca na Balança Corrente.

Balança de Rendimentos
A Balança de Rendimentos inclui dois tipos de rendimentos:
De trabalho e de investimento
Rendimentos de trabalho: incluem os salários e outros benefícios recebidos pelo trabalho prestado num país por indivíduos não residentes a agentes residentes.
Rendimentos de investimento, são resultantes da propriedade de ativos financeiros externos ou da emissão de passivos financeiros detidos por não residentes. Esta rubrica compreende os rendimentos de investimento direto, de investimento de carteira e de outro investimento.
Rendimentos de investimento:
Investimento direto
Investimento de carteira
Outros investimentos
A Balança de Rendimentos é uma das balanças que tem apresentado saldo negativos que, embora sejam de valor inferior aos saldos da Balança Comercial, têm contribuído para o saldo negativo da Balança Corrente.

Balança de Transferências Correntes
Esta balança inclui os valores correspondentes a transferências unilaterais, ou seja, mudanças de propriedade sem contrapartida, de natureza corrente, como as remessas de emigrantes e imigrantes, as transferências da União Europeia, os fluxos relativos à cooperação entre Estados ou as pensões de emigrantes que regressaram ao seu país de origem.
Neste campo Portugal também não tem sido beneficiado. Com o alargamento Europeu de 2004 em diante imensos países aderiram à União Europeia e em consequência Portugal viu reduzidos os fundos comunitários que recebia até à altura porque muitos destes países são mais carenciados relativamente ao nosso país beneficiando dos fundos de coesão.
Na questão das remessas de emigrantes Portugal é dos países da União Europeia onde mais transferências são recebidas por esta via.
 Balança de Capital
A Balança de capital compreende as operações entre agentes residentes e agentes não residentes num país, relativas a fluxos de capital unilaterais que não exigem um pagamento futuro como contrapartida ou fluxos de capital referentes a transações de artigos não produzidos, não financeiros.
Transferências de capitais: transações que envolvem a transferência de propriedade de certos ativos sem que exista uma contrapartida, como alguns fundos provenientes da União Europeia ou o perdão de dívidas.
Aquisições ou cedências de ativos não produzidos, não financeiros: compra ou venda de ativos intangíveis (patentes, marcas, copyrights, franchises) e outras transações de ativos tangíveis (aquisição de terrenos ou habitações por parte de embaixadas e instituições internacionais).

Saldo da Balança Corrente + Balança de Capital
Saldo negativo, existe necessidade líquida de financiamento externo
Saldo positivo, capacidade líquida de financiamento externo.
No caso português a situação é tendencialmente negativo pelo que o nosso tem necessidade líquida de financiamento externo.


Balança Financeira inclui as transações entre residentes e não residentes relativas à mudança de propriedade de ativos e passivos financeiros do exterior.
Nesta Balança incluímos
Investimento Direto: Investimento de agentes de um país sobre empresas de outros países. Desta forma registamos a crédito o investimento direto do exterior em Portugal como a aquisição ou criação de empresas no nosso país por parte de agentes não residentes e inscrevem a débito os fluxos referentes ao investimento de Portugal no exterior, com a compra ou criação de empresas no Resto do Mundo.
Por ex: Um empresário francês que investe numa empresa em Portugal é considerado um IDE e é registado a crédito na Balança financeira Portuguesa por seu lado é registado a débito na Balança financeira Francesa.
No caso português temos nos últimos anos tido uma quebra no investimento direto porque existem menos empresários estrangeiros disponíveis para investir no nosso país, em parte fruto da crise económica que abalou a nossa economia nos últimos anos.
E ainda tem existido uma fuga de capitais portugueses que procuram melhores oportunidades em mercados estrangeiros fazendo IDE noutros países.
Investimento de carteira: esta rubrica abrange as transações com não residentes em ações e outras participações e em títulos de dívida. Incluímos os fluxos relativos às transações de produtos financeiros efetuadas entre agentes residentes e não residentes, como, por exemplo, a aquisição, por parte de não residentes, de valores mobiliários (ações, obrigações) na bolsa de valores portuguesa ou quando os agentes residentes adquirem produtos financeiros nas bolsas de valores do Resto do Mundo.
A Bolsa de valores tem importância para definir até que ponto a nossa economia consegue atrair investidores internacionais. Por outro lado existem investidores nacionais que colocam o seu capital fora de Portugal investindo em bolsas estrangeiras.
Derivados financeiros: englobam as transações entre residentes e não residentes de derivados financeiros, como os futuros ou as opções de compra e venda. Estes produtos financeiros permitem antecipar o preço dos ativos a comprar ou a vender no futuro, mediante um determinado pagamento.
Outro Investimentos: nesta rubrica registam-se todas as transações financeiras efetuadas entre os agentes de vários países não abrangidas pelas restantes categorias.
Ativos de reserva: Esta rubrica serve para registar as transações em moeda estrangeira efetuadas pelas autoridades monetárias, com o Banco de Portugal. Para serem considerados ativos de reserva têm de ser relativos a não residentes da área do Euro e têm de ser expresso em moedas de países de fora desta área.

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