Exame M23 Economia
Exame M23 Economia
Textos e exercícios de apoio
APOIO A PREPARAÇÃO PARA EXAME M23 ECONOMIA E GESTÃO
Conceitos Gerais para Preparação Exame M23 Economia
1- Economia
A ECONOMIA é o estudo das atividades que, com ou sem moeda envolvem relações de troca entre as pessoas.
A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade escolhem a aplicação de recursos escassos, que podem ter usos alternativos de forma a produzir vários bens e distribuí-los para consumo, agora e no futuro, entre as várias pessoas e grupos sociais.
Paul Samuelson
Objecto de estudo da economia
É a realidade complexa e variável das relações humanas, que constitui uma rede imensa influenciada por múltiplos fatores incontroláveis.
2- Conceito de Problema económico
O problema económico é resultante da escassez dos Bens que são disponibilizados para a satisfação das necessidades humanas. A relação entre a existência de bens escassos perante necessidades ilimitadas obriga à existência de escolhas. Para realizar as escolhas é necessário hierarquizar as necessidades,
O problema económico consiste na aplicação de recursos escassos face a un nº ilimitado de necessidades.
3 – Necessidades – noção e classificação
A satisfação das necessidades constitui, a finalidade da atividade económica.
Necessidade económica pode ser definida como um estado psicológico de insatisfação, consciente da existência e acessibilidade de um meio adequado a fazer cessar esse estado e orientado para a obtenção desse meio.
O conceito de necessidade económica integra quatro elementos:
1 – insatisfação psicológica;
2 – conhecimento da existência de um meio suscetível de fazê-la cessar;
3 – acessibilidade desse meio;
4 – determinação de possui-lo
As necessidades são:
1- Extensíveis;
2 – Ilimitadas;
3 – Desiguais;
4- Saciáveis;
5 – Normalmente substituíveis;
As necessidades económicas podem ser classificadas em:
1 – necessidades essenciais (ou primárias) e necessidades secundárias;
2 – necessidades individuais e necessidades coletivas.
Necessidades coletivas são relacionadas com o nosso âmbito social somo por exemplo: segurança, educação, saúde, etc.
Características das necessidades
Classificação das necessidades
NECESSIDADE DEFINIÇÃO
Uma necessidade é um sentimento de carência que resulta da privação de um bem ou serviço de que precisamos. O mal- estar gerado pela ausência desses bens e serviços pode ser suprimido através do consumo. Existem várias caraterísticas das necessidades que vamos especificar:
Multiplicidade: as necessidades existem em grande nº e são infinitas, pois estão constantemente a aparecer novas necessidades após outras serem satisfeitas, como é o caso da fome ou da sede. Por outro lado, o constante progresso tecnológico facilita o desenvolvimento de novos produtos e o aperfeiçoamento dos já existentes contribuindo para o aparecimento de novas necessidades.
Hierarquização: as necessidades podem ser ordenadas de acordo com a intensidade com que são sentidas, devendo satisfazer-se umas primeiro que as outras.
Saciabilidade: a intensidade com que se sentem as necessidades vai diminuindo à medida que estas se vão satisfazendo, acabando eventualmente por desaparecer. Se, por exemplo, quando sentimos fome, formos comendo alguns alimentos, esta vai-se reduzindo até ao momento em que ficamos completamente satisfeitos.
Substituibilidade: esta característica está relacionada com a possibilidade de existir mais do que um bem capaz de satisfazer a mesma necessidade, substituindo um pelo outro. Assim, é possível acabar com a sede bebendo um copo de água ou um refrigerante, por exemplo.
4 – Bens económicos – noção e classificação
Bens económicos
Os bens económicos são os que satisfazem as necessidades quando estiverem acessíveis e como são escassos implicam um preço para a sua utilização uma vez que são bens raros.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ECONÓMICOS
Os bens económicos podem ser classificados quanto à sua natureza, função, duração ou relações que estabelecem entre si.
Os bens económicos são aqueles que se adequam às nossas necessidade mas pelo facto de serem escassos implicam o pagamento de um valor para a sua aquisição.
Os bens livres pelo contrário dada a sua abundância, não implicam qualquer custo,
Quanto à natureza
Bens materiais: São todos os objetos tangíveis, isto é, que assumem uma forma física, como um carro, um computador ou uma bicicleta.
Bens imateriais ou serviços: São aqueles que são prestados através do trabalho e que não assumem a forma material, como, por exemplo, uma consulta de um dentista ou a ida a um fisioterapeuta.
Quanto à sua função
Bens de produção: São os bens que se incorporam no processo de fabrico de outros, sendo considerados de consumo intermédio, por exemplo, o couro para fazer calçado.
Bens de consumo, são bens que se destinam à satisfação das necessidades dos consumidores.
Quanto à duração:
Bens duradouros são aqueles em que a sua utilidade não se extingue após uma utilização, Por exemplo um automóvel.
Bens não duradouros são aqueles cuja utilidade é extinta numa única utilização. Por exemplo: um bolo.
Quanto à sua relação:
Bens complementares são bens que não podem ser dissociados um do outro, por exemplo: Isqueiro e o cigarro;
Bens substituíveis: são bens que satisfazem as mesmas necessidades daí podem ser substituídos um pelo outro.
Bens inferiores e bens superiores
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5- Conceito de Custo de Oportunidade
está relacionado com a necessidade de hierarquização da escolha e da opção de uma das possíveis escolhas, as que são sacrificadas representam uma perda, um custo. A este custo chamamos de custo de oportunidade.
6 – Micro e Macro Economia
A Macroeconomia: Estuda o comportamento da Economia como um todo, ou seja tem como objeto de estudo os grandes agregados económicos.
A Microeconomia: Estuda o comportamento dos agentes que intervêm no mercado, tais como, empresas e famílias.
7 – Quais são os agentes económicos
Famílias
Empresas não Financeiras
Empresas Financeiras
Estado/Administração Pública
Resto do mundo (Exterior)
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8 – Operações Económicas
9 – Importância das relações internacionais
RELAÇÕES INTERNACIONAIS – RAZÕES – Impossibilidade de dispor de certos bens – Insuficiência de bens e serviços – Escassez de capitais – Tecnologias não disponíveis
10 – Os agentes económicos e o circuito económico
Existem 5 agentes económicos (famílias, empresas financeiras, empresas não financeiras, Estado e Resto do Mundo).
A sua interação é representada através do circuito económico
1. O CIRCUITO ECONÓMICO
A atividade económica corresponde a um conjunto de operações realizadas pelos agentes económicos que têm como objetivo criar bens e serviços suscetíveis de satisfazer as necessidades.
Os fluxos representam as interações entre os diversos agentes económicos.
Definição de circuito económico: Representação esquemática (modelo) dos fluxos que se estabelecem entre os diferentes agentes económicos.
Assim a atividade económica
Produção — Distribuição — Repartição dos rendimentos(salários,rendas,juros,lucros)—utilização dos rendimentos(consumo, poupança).
Os agentes económicos são todas as entidades individuais ou coletivas que desempenham uma função na atividade económica
Cada agente económico é definido de acordo com a sua função principal.
Desta maneira classificamos os agentes económicos de acordo com a sua função principal.
Desta maneira temos: as famílias, as empresas, o Estado e o Resto do Mundo.
As empresas: são os agentes económicos que se dedicam à produção de bens e serviços. Podemos ainda distinguir entre empresas financeiras e empresas não financeiras. As empresas não financeiras são aquelas que produzem os bens e serviços não financeiros (normalmente designamos apenas de empresas). por exemplo fábricas, lojas, empresas prestadoras de serviços não financeiros,
As instituições financeiras são as que comercializam produtos financeiros, como os bancos ou as seguradoras.
Famílias: neste grupo incluem-se todos os agregados familiares de um país. As famílias constituem um agente económico porque representam uma importante função económica o consumo.
Estado: este agente económico inclui a administração pública que tem como principal função promover a satisfação das necessidades coletivas. O Estado intervém na economia através da redistribuição dos rendimentos e do fornecimento de serviços, como a educação ou a saúde, de modo a satisfazer as necessidades da população.
Resto do Mundo: englobam-se todas as operações efetuadas entre um país e os restantes (Resto do Mundo). Aqui registam-se as transações realizadas entre os agentes económicos nacionais e os agentes económicos estrangeiros.
Nos dias de hoje é praticamente impossível falar em economias fechadas, é praticamente impossível viver sem estabelecer relações de troca com outros países.
A maior parte das económicas (nações) vive num modelo de economia aberta.
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11- Conceito de Mercado
MERCADO – É o local de encontro entre compradores e vendedores de um produto ou serviço e carateriza-se pelo equilíbrio entre a Oferta e a Procura
12 – Mercado de Concorrência Perfeita e Imperfeita
13 – Diferença entre Oligopólio e Monopólio
Concorrência Imperfeita e Perfeita
Estrutura dos mercados
concorrência imperfeita
concorrência perfeita
Mercados de concorrência perfeita
Ela existe quando existem vários produtores que desejam vender o mesmo tipo de produtos e existem vários compradores.
Carateriza-se por um elevado nº de produtores e de compradores.
Pressupostos do mercado de concorrência perfeita
Atomicidade do mercado: existência de um elevado nº de compradores e vendedores de reduzida dimensão, que não conseguem, individualmente, influenciar significativamente o mercado, em particular, o seu preço.
Homogeneidade do produto: características dos produtos que são semelhantes em que para o consumidor é indiferente consumir uns ou outros.
Livre entrada no mercado: carateriza-se pela inexistência de obstáculos à entrada ou saída do mercado, podendo todos os seus participantes entrar ou sair livremente sem qualquer barreira.
Transparência perfeita: todos os intervenientes dispõem de um livre acesso às informações respeitantes ao mercado, nomeadamente sobre os preços praticados e a qualidade dos bens
Mobilidade dos fatores: os fatores de produção podem ser deslocados de uma unidade produtiva para outra, de modo a poder estar em cada momento na unidade que proporcionar maior rentabilidade.
Formação do preço em concorrência perfeita
No mercado de concorrência perfeita o preço é formado através do ponto de equilíbrio de mercado o preço de equilíbrio entre a oferta e a procura.
Preço de equilíbrio no mercado de concorrência
Sempre que falamos de um equilíbrio estamos a referir-nos a um preço e a uma quantidade em que são compatíveis os desejos dos consumidores e dos produtores. (procura e oferta)
Mercados de concorrência imperfeita
Não existe atomicidade. Existem empresas de grande dimensão que conseguem influenciar os preços e a quantidade de bens oferecidos.
Não existe livre entrada no mercado
Nem sempre se verifica a livre entrada no mercado porque a dimensão das empresas constitui por si só um obstáculo a qualquer nova empresa que tente entrar mercado.
Não existe homogeneidade de produtos existe um elemento diferenciador, os produtos têm características especificas que os diferenciam.
Transparência de mercado: nem sempre as informações estão disponíveis a todos os intervenientes da mesma forma.
A mobilidade dos factores é posta em causa por diversas razões, por exemplo, as tecnologias usadas pelas diferentes empresas. Se uma determinada empresa pretender deixar de produzir um bem para passar a produzir outro, considerado mais lucrativo, pode ter como dificuldade o acesso às diferentes tecnologias utilizadas no processo de fabrico. Mesmo quando não há impedimentos legais, podem existir dificuldades de ordem prática, como o acréscimo de custos, uma vez que, nem todos os factores produtivos gozam de verdadeira mobilidade.
Monopólio
No monopólio um vendedor comercializa bens a muitos compradores. Os preços e as quantidades são fixados para maximizar o lucro.
Como representa um investimento de grande envergadura é muito difícil a entrada nesta mercado.
Nº Produtores: apenas um
Controlo sobre o preço: total controlo sobre o preço
Bens produzidos: único
Concorrência: nenhuma (inexistente)
Concorrência monopolistica
Neste caso existe um grande de empresas que comercializam produtos semelhantes que se diferenciam uns dos outros pela marca, publicidade, ou outra caraterística especifica.
Ver também: https://pt.wikipedia.org/wiki/Concorrência_monopolística
Oligopólio
é uma situação de mercado em que um nº reduzido de produtores comercializar a um grande nº de consumidores.
A concorrência entre oligopólio prende-se em serviços pós venda, nas garantias adicionais, e outros extras que os possam diferenciar.
É difícil entrar no mercado porque este se encontra dominado por poucas empresas de grande dimensão.
13.2 – CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA E CONCORRÊNCIA PERFEITA
Existem mercados que embora tenham um grande nº de vendedores, existe um deles que suscita a preferência dos consumidores relacionada com uma marca, pela novidade ou a apresentação do produto, etc. A este tipo de mercado chamamos concorrência monopolística.
Em concorrência monopolística os bens não são homogéneos.
É uma situação de concorrência imperfeita, porque tem alguma influência sobre o preço.
O mercado de concorrência perfeita caracteriza-se pelo grande nº de compradores e vendedores e pela liberdade de atuação, não sendo objeto de qualquer regulação.
O modelo de concorrência pura ou perfeita é definida pelas seguintes características:
Atomicidade: compradores e vendedores são em grande nº e de pequena dimensão. Nenhum dos compradores ou vendedores tem qualquer influência no mercado nem na atuação dos outros.
Homogeneidade do produto: o produto transacionado terá que apresentar as mesmas qualidades físicas. O bem produzido por cada um dos produtores é exatamente igual, sendo substituíveis.
Livre entrada no mercado: não existe qualquer barreira que impeça novos compradores ou novos vendedores de entrarem no mercado.
transparência do mercado: todos os intervenientes devem estar devidamente informados, isto é, todos têm acesso às informações sobre os preços praticados e a qualidade dos bens.
Mobilidade dos fatores de produção: os fatores de produção devem poder deslocar-se de uma produções para outras, procurando as produções que dão maior remuneração.
Mercados
Definição de mercado
representa o local onde se encontram a oferta e a procura de um bem a um determinado preço.
O mercado é, então o local, em sentido físico ou abstrato, onde se compatibilizam a oferta e a procura de um bem, a um determinado preço.
Temos vários tipos de mercados, por ex:
Mercado de Valores, Mercado Automóvel, Mercado de Trabalho, etc.
A teoria da oferta e da procura demonstra como as preferências dos consumidores determinam a procura dos bens, enquanto que os custos das empresas são a base da oferta.
Do equilíbrio entre a oferta e a procura resulta o preço e a quantidade transacionada de cada bem.
Mecanismo de mercado
O mecanismo de mercado revela a forma como se conjugam os interesses entre a oferta e a procura que possibilita a formação do preço de mercado dos bens.
Procura e lei da procura
A procura representa a quantidade de bens que os compradores estão interessados em adquirir a um determinado preço.
Quanto mais baixos forem os preços maior será a quantidade procurada.
Graficamente representa-se por uma curva decrescente.
Procura individual: é a procura de cada um dos indivíduos como consumidores
Procura agregada: somatório das procuras individuais
Para cada bem existe uma procura:
– Individual – quantidade de bem que o consumidor esta disposto a adquirir a um determinado preço
– Agregada – Soma de todas as procuras individuais por parte de todos os possíveis compradores de determinado bem (famílias, empresas)
Lei da Oferta e da procura – Mantendo-se tudo o resto constante (ceteris paribus), o preço varia na mesma razão que a quantidade oferecida e na razão inversa da quantidade procurada.
Quantidade de equilíbrio: é a quantidade que iguala a oferta e a procura de um bem a um determinado preço.
Preço de equilíbrio: é preço onde se igualam as quantidades oferecidas e procuradas de um bem.
Ponto de equilíbrio: Ponto do gráfico da lei da oferta e da procura que representa o preço e a quantidade de equilíbrio.
14 – Conceito de Curva da Oferta:
Indica a relação existente entre o preço de mercado de um bem e a quantidade oferecida desse mesmo bem, mantendo tudo o resto constante.
Lei da Oferta: A quantidade oferecida de um bem varia na razão direta do seu respetivo preço.
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15 – Conceito de Curva da Procura :
Indica a relação existente entre o preço de mercado de um bem e a quantidade procurada desse mesmo bem
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16 – Efeito substituição
EFEITO DE SUBSTITUIÇÃO: Quando o preço de um bem aumenta, o consumidor tem tendência a substituí-lo por um similar.
Por exemplo: quando aumenta o preço da manteiga aumenta a procura por margarina pois é um bem substituto e sucedâneo.
17 – Efeito Rendimento:
Quando o preço de um bem aumenta, os consumidores caso mantenham o mesmo rendimento tenderão a poder comprar menores quantidades.
18 – Equilíbrio de Mercado:
O Equilíbrio de Mercado verifica-se com o preço e a quantidade com que as forças da oferta e da procura se equiparam, isto é, o preço em que as curvas da Oferta e Procura se cruzam
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19 – O circuíto económico
É a representação esquemática das relações estabelecidas entre os diversos agentes económicos de acordo com as funções que cada um desempenha na economia
20- Noção de Contabilidade Nacional:
A Contabilidade Nacional representa o conjunto de operações que permitem apurar o valor do património gerado por um país.
“A Contabilidade Nacional é uma representação simplificada e numérica de todas as operações económicas realizadas durante um ano no interior de uma economia ou entre esta e o Resto do Mundo. Ela permite fazer comparações no tempo e no espaço e constitui um instrumento insubstituível de previsão económica.”
Jean-Yves Capul e Olivier Garnier, Dicionário de Economia e de Ciências Sociais
A contabilidade nacional resulta da necessidade de quantificação da atividade económica desenvolvida por todos os agentes económicos. Para tal é necessário usar um conjunto de contas articuladas que pretendem representar e quantificar todas as atividades económicas de um país realizadas durante um período de tempo, que normalmente é de um ano. A todo este conjunto articulado de contas chamamos, Contabilidade Nacional.
A Contabilidade Nacional permite:
- medir a atividade económica: que é realizada num país durante um determinado período de tempo (um ano por norma), que nos fornece os valores para indicadores como o consumo, a produção, o rendimento, o investimento, etc.
- fazer previsões de caráter económico: dessa forma, viabilizar a tomada de decisões para evitar ou minimizar crises económicas;
- tomar decisões económicas mais fundamentadas: porque permite prever, com uma razoável probabilidade, as consequências, nos diversos indicadores, da manipulação do instrumentos de política económica (por exemplo consequência de um aumento de impostos no nível de emprego);
- Efetuar comparações no tempo e no espaço (no mesmo país em diversos momentos ou entre países diferentes).
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE NACIONAL
Principiais objectivos da Contabilidade Nacional
- Descrever quantitativamente a actividade económica;
- Constituir uma base informativa para a política económica;
- Medir, através dos seus agregados, o bem-estar da população.
21 – Produto Nacional e Produto Interno
A questão da origem da produção é de especial relevância pois permite contabilizar o que é produzido em território económico nacional, Produto Interno, por agentes nacionais ou por agentes estrangeiros residentes em território nacional há mais de um ano. Nesta situação, o critério é o territorial, incluído desta forma toda a produção realizada em território nacional.
O Produto pode também ser classificado de acordo com o critério da unidade residente. Neste caso, calcula-se o Produto Nacional (N), este contabiliza toda a produção realizada por unidades institucionais residentes, independentemente de ter sido produzida em território nacional ou estrangeiro. Este agregado apura o valor do Produto que foi realizado por agentes nacionais, independentemente do local onde este tenha sido efetuado.
Por ex: um jogador de futebol português que atue em Espanha faz parte do PIB espanhol mas do PNB português.
PIB = PNB – Saldo dos rendimentos do Resto do Mundo
PNB = PIB + Saldo dos rendimentos do Resto do Mundo.
22 – Produto Bruto e Produto Líquido
O processo produtivo de um bem implica um desgaste natural do capital fixo da unidade produtiva utilizada na sua produção. Os equipamentos e infraestruturas desatualizam-se e deterioram-se com o tempo, necessitando de ser reparados ou substituídos periodicamente.
Os encargos com as reparações e substituições de capital fixo são chamadas de amortizações ou consumo de capital fixo.
As unidades produtivas contabilizam o consumo de capital fixo como um custo uma vez que se as empresas não repusessem este consumo teriam uma desvalorização do seu património.
Desta forma, o Produto de um país considera-se Bruto (B) quando inclui o valor das amortizações e Líquido (L) quando não engloba o valor das amortizações.
PB = PL + Amortizações
O Produto Bruto é igual ao somatório do Produto Líquido com as amortizações.
PL = PB – Amortizações
O Produto Líquido é igual à subtração do Produto Bruto com as amortizações.
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23 – PIB a preços correntes e PIB a preços constantes
Quando apresentamos o produto a preços correntes inclui o efeito dos preços (inflação).
Desta maneira poderá um aumento do produto não corresponder ao aumento da produção porque o preço é que sobe.
Ao contabilizarmos o valor do Produto a preços correntes, apenas ficamos a saber quais foram as variações ocorridas no que respeita ao preço, desconhecendo-se as alterações em termos de quantidade. Se um país produzir a mesma quantidade de bens e serviços durante dois anos consecutivos, mas registar, de um ano para o outro, um aumento no nível médio dos seus preços, o valor do seu produto a preços correntes também irá aumentar,
Se pretendermos analisar a variação em termos reais, devemos calcular o Produto a preços constantes, retirando, assim, o efeito da inflação. Na prática, tomam-se como referência os preços de um determinado ano e registam-se nos anos seguintes os preços sem a respetiva inflação, calcula-se o valor do Produto de cada ano a preços do ano-base.
Para deflacionar os preços relativamente a um ano base, utilizam-se os índices de preços.
Produto a preços constantes = (Produto a preços correntes/ índice de preços) X100
O Produto a preços constantes retira o efeito da inflação.
Produto a preços constantes = Produto a preços correntes/indice de preços X100
Taxa de crescimento real = ((Prod p const ano n – prod p correntes (n-1))//prod p correntes (n-1)) X100
Taxa de crescimento nominal = ((prod p correntes n – produto p correntes (n-1)/prod p correntes (n-1))X100
24 – Diferença entre custo fatores e preços de mercado
O preço a custo de fatores, reflete o custo de produção para o produtor.
O produtor não paga o IVA é o consumidor final que acresce o valor do IVA ao produto.
O produtor recebe subsídios à produção não o consumidor.
Desta forma o preço a custo fatores é igual ao preço de mercado – IVA + Subsídios
Para passar de .custo de fatores para preço de mercado é + IVA – subsídios
Para passar de preços de mercado para custo de fatores – IVA + subsídios.
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25 – Cálculo do produto pelo método dos produtos finais e pelo somatório do VAB.
Problema da múltipla contagem: Problema resultante da possibilidade de se contabilizar mais do que uma vez o valor dos consumos intermédios. Este problema pode ser ultrapassado através do Método dos valores acrescentados, que calcula o Produto somando-se os valores acrescentados de todas as unidades produtivas, ou do Método dos produtos finais, que apenas considera o valor das vendas dos produtos de consumo final.
26 – Oticas no cálculo do Produto
Ótica da despesa: forma de cálculo do valor da produção de um país, tendo em conta o destino que é dado aos rendimentos (consumo ou investimento).
Ótica do produto: forma de cálculo do valor da produção de um país, possibilitando averiguar o contributo de cada ramo.
Ótica do rendimento: forma de cálculo do valor da produção de um país, revelando a forma como são gerados os rendimentos dos agentes (salários, rendas, juros e lucros).
27 – Balança de Pagamentos
A necessidade de registar contabilisticamente os fluxos monetários decorrentes das relações económicas internacionais deu origem a um sistema de contas que se denomina Balança de Pagamentos.
Todos os movimentos que dão origem à entrada de moeda no país são contabilizados a crédito, enquanto os que resultam em saída de moeda para o exterior são considerados a débito.
A Balança de Pagamentos é também um documento importante, porque permite, através da sua análise, retirar algumas ilações sobre a saúde da economia nacional, na medida em que retratam as relações económicas que esta mantém com o exterior.
28- Balança Corrente
A Balança Corrente é constituída pelas Balanças de Mercadorias, de Serviços, de Rendimentos e de Transferências Correntes.
Balança comercial
Balança de serviços
Balança de rendimentos
Balança de Transferências Correntes
O saldo da Balança Corrente indica, de certa forma, se uma economia está a viver dentro dos limites do seu rendimento.
- se apresenta valores positivos, significa que a poupança interna é excedentária face às necessidades nacionais e que uma parte dela se está a dirigir para o exterior;
- Se o saldo for negativo, significa que o nível da actividade económica interna está a ser sustentado através da entrada de Poupança Externa.
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29 – Balança Financeira
A Balança Financeira regista as transações com não residentes relativa à mudança de propriedade de ativos e passivos financeiros do exterior.
Esta balança inclui todos os fluxos associados à mudança de titularidade de ativos e passivos financeiros, entre agentes residentes e agentes não residentes num país, bem como os fluxos de criação e extinção de ativos ou passivos financeiros sobre o Resto do Mundo.
A Balança Financeira inclui o investimento direto, o investimento de carteira,os derivados financeiros, outro investimento e os ativos de reserva.
investimento direto: esta categoria de investimento diz respeito ao investimento de agentes de um país sobre empresas de outros países. Desta forma, regista-se a crédito o investimento direto do exterior em Portugal (IDE), como a aquisição de empresas no nosso país por parte de agentes não residentes, e inscrevem-se a débito os fluxos referentes ao investimento de Portugal no exterior, como a compra ou a criação de empresas no Resto do Mundo.
Investimento de carteira: inclui as transações com não residentes em ações e outras participações e em títulos de dívida. Incluem.se os fluxos relativos às transações de produtos financeiros efetuadas entre agentes residentes e não residentes, como, por exemplo, a aquisição, por parte de não residentes, de valores mobiliários (ações, obrigações) na bolsa de valores portuguesa ou quando os agentes residentes adquirem produtos financeiros nas bolsas de valores do Resto do Mundo.
Derivados financeiros: englobam as transações entre residentes e não residentes, como os futuros ou as opções de compra e venda. Estes produtos financeiros permitem antecipar o preço dos ativos a comprar ou a vender no futuro, mediante um determinado pagamento.
Outro investimento: nesta rubrica registam-se todas as transações financeiras efetuadas entre os agentes de vários países não abrangidas pelas restantes categorias.
Ativos de reserva: esta rubrica serve para registar as transações em moeda estrangeira efetuadas pelas autoridades monetárias, como o Banco de Portugal. Para serem considerados ativos de reservas, os ativos têm de ser relativos a não residentes da Área do Euro e têm de ser expressos em moeda de países de fora desta área.
30 – Balança de Capital
É na Balança de Capital que se registam as operações entre os agentes residentes e os agentes não residentes num país, relativas a fluxos de capitais unilaterais que não exigem um pagamento futuro como contrapartida ou fluxos de capital referentes a transações de ativos não produzidos, não financeiros.
Transferências de capitais: consideram-se transações que envolvem a transferência de propriedade de certos ativos sem que exista uma contrapartida, como alguns fundos provenientes da União Europeia o u o perdão de dívidas.
Aquisições ou cedências de ativos não produzidos, não financeiros: inclui a compra ou venda de ativos intangíveis (marcas, patentes, franchises, copyrights) e outras transações de ativos tangíveis (aquisição de terrenos ou habitações por parte de embaixadas e instituições internacionais).
Consideramos ativos não produzidos os bens que surgem de forma espontânea sempre que se verificam determinadas condições favoráveis à sua criação, não são resultado de quaisquer processos de transformação.
Os ativos não financeiros são todos os bens que não são de natureza financeira, excluindo-se os produtos financeiros (os depósitos a prazo, as ações, as obrigações, os certificados de aforro, os bilhetes de tesouro, os planos de poupança, os fundos de investimento, etc).
O resultado do somatório dos saldos da Balança Corrente e da Balança de Capital permite avaliar a existência ou não de uma necessidade de financiamento externo ou de um excesso de liquidez por parte da nossa economia face ao resto do Mundo.
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31- Trocas comerciais / Taxa de cobertura
Taxa de cobertura
Taxa de cobertura =(Exportações/ Importações) X 100
Representa a percentagem de importações que são pagas (cobertas) pelas exportações. A taxa de cobertura permite calcular o peso das exportações sobre as importações. Esta percentagem é inferior a 100 nos casos em que o valor das exportações é menor que o valor das importações, é igual a 100 quando as exportações e as importações têm o mesmo valor, e é superior a 100 quando o valor das exportações ultrapassa o valor das importações.
Atenção: A taxa de cobertura nunca é negativa.
32 – Estado Liberal vs Estado Intervencionista
Estado Liberal – Intervém na economia apenas para garantir o seu funcionamento.
Estado Intervencionista – O Estado intervém na economia, ao nível do emprego, rendimento e investimento. (A partir de 1929 – A Grande depressão)
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33 – Papel económico do Estado
Funções económicas e sociais
EFICIÊNCIA
EQUIDADE
ESTABILIDADE
ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO (OGE) Identifica todas as despesas a realizar pelo Estado e as receitas estritamente necessárias para a sua cobertura
Despesas Públicas
- Despesas Correntes
- Despesas de Capital
Receitas Públicas - Receitas Patrimoniais ( Venda de Património do estado)
- Coativas (Impostos, taxas contribuições)
- Creditícias (Empréstimos contraídos pelo estado)
A dívida pública é a dívida acumulada pelo
estado ao longo dos anos . É o valor total das
obrigações na posse de famílias , bancos ,
empresas , estrangeiros , e t c .)
34 – Impostos diretos e indiretos
A diferença essencial entre impostos diretos e impostos indiretos é que os impostos diretos incidem sobre o rendimento como por exemplo o IRS e IRC e os impostos indiretos incidem sobre o consumo como por exemplo o IVA e o IMT.
35- Políticas conjunturais e Políticas extruturais
Uma política diz-se conjuntural quando é uma política implementada num curto horizonte temporal (até 2 anos).
Uma política diz-se estrutural quando os seus efeitos são vísiveis apenas no médio ou longo prazo.
Questões saídas em Exame M23
- Identifique
- As receitas públicas
- As Funções Económicas e sociais do Estado
- As diferenças entre impostos diretos e indiretos
- As 4 características das necessidades
- os 5 tipos de agentes económicos e as suas funções principais .
- As Balanças que compõem a Balança Corrente
- As Balanças que compõem a Balança de Pagamentos
2. Diga o que entende por
a – Contabilidade Nacional
b – Problema económico
c- Custo de Oportunidade
d – Efeito Substituição
e – Taxa de Cobertura
f – Grau de abertura ao exterior
3. Diga qual a diferença entre:
a- Estado Intervencionista e Estado Liberal
b – Mercado de Oligopólio e Concorrência Perfeita
c – Produto Interno Bruto e Produto Nacional
d – PIB a preços correntes e PIB a preços constantes
e – PIL e PIB
f – PIB e PNB
g – Políticas conjunturais e políticas estruturais
h – Redistribuição e Repartição do Rendimento
i – PIB a custo de fatores e PIB a preços de mercado
j – Despesas Correntes e Despesas de Capital
k – Receitas Correntes e Receitas de Capital
l – Efeito Rendimento e Efeito Substituição
m – Mercado de Concorrência Perfeita e Concorrência Monopolística
n – Monopólio e Oligopólio
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